Gustavo Maia Gomes
Levado por Ivan, meu irmão, e por nosso amigo Jorge
Reynaldo, assisti (14 e 15/12, no Porto Digital, Recife) quatro horas de aulas
ou palestras sobre o piano e as obras musicais compostas para este instrumento,
desde as suas origens, no início do século XVIII, até os dias atuais.
Alguém
aí se lembra das Pílulas de Vida do Dr. Ross? ("Pequeninas, mas
resolvem!") Pois essas aulas de ontem e anteontem foram pílulas de vida
para o espírito. Sonatas, prelúdios, concertos, fantasias, noturnos, polonaises
nascidos de Bach, Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Chopin, Lizt,
Debussy, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, John Cage... (Believe it or not, John
Cage!)
O
palestrante? Irineu Franco Perpetuo, jornalista especializado em música
clássica. Uma combinação difícil de encontrar: a sumidade completamente não
pedante. Tem tanta bagagem que não consegue subir num avião sem pagar pelo
excesso. E, no entanto, jamais arrota sabedoria. Maravilha de minicurso.
Daqueles que a gente fica pedindo para não terminar.
É
a quarta vez que Irineu vem ao Recife, trazido pelo Virtuosi (leia-se maestro
Rafael Garcia, seu idealizador e promotor), um festival anual de música
clássica, ora em sua XX edição. Por desaviso, não acompanhei as palestras do
jornalista nos anos anteriores. Uma pena.
E
ainda tem economista francês (como um que nos visitou seis meses atrás) dizendo
que bom mesmo é ser índio selvagem na Amazônia ou nativo africano no deserto.
Eu prefiro a sonata de Beethoven, o noturno de Chopin, a ensurdecedora 4' 33''
de Cage.
(Publicado no Facebook em 16/12/2017)
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